Deu Brasil!

sábado, 20 de agosto de 2016

Deu Brasil!


O Brasil é ouro pela primeira vez no futebol masculino dos Jogos Olímpicos. Nos pênaltis, pois assim quis o destino. Ainda que o Brasil tenha jogado melhor no fim do tempo normal. Ainda que tenha encarado de igual pra igual a Alemanha na prorrogação.

Já bateu na trave três vezes, como bateram na trave três bolas que a Alemanha mandou no Maracanã antes de deixar empatado o placar que Neymar abriu com ótima cobrança de falta. O ouro olímpico era título que o Brasil não tinha. A Libertadores do Corinthians. O Mundial do Palmeiras.

Ouro conquistado com um time montado sete jogos atrás, numa vitória pouco convincente em amistoso contra o Japão. E que demorou pra encontrar um jeito de jogar. Fez partida feia contra África do Sul. Fez partida horrível contra o Iraque. Fez boas partidas contra Dinamarca, Colômbia e... Honduras? Sim, o time com o qual a Argentina empatou em 1x1 antes de ser eliminada.

Pra chegar a uma final contra a Alemanha, o grande algoz do fatídico 7x1. Onde não houve trave, nem Neymar, nem boas partidas. E que, mesmo com time totalmente sub-23, jogou como a Alemanha sempre joga, enquanto o Brasil buscava jogar melhor do tinha jogado em eliminatórias e nas duas edições da Copa América. E conseguiu. Mesmo com o sofrimento pelo qual passou, mesmo com o ouro inédito tendo sido conquistado nos pênaltis.

Uma geração de jogadores que foi capaz de fazer um jogo lá e cá com a base da seleção alemã. E que poderia ser ela mesma a base da seleção brasileira. Levou sete jogos para o time encarar uma Alemanha que trabalha há muito mais tempo. Com tempo, com organização, talvez com Tite, essa seleção pode fazer coisas magníficas.

A semente da qual pode germinar um futebol bem sucedido foi plantada neste 20 de agosto de 2016. Agora é esperar que o trabalho iniciado hoje evolua e resulte, senão em hexa, ao menos em um desempenho mais honrado do que a seleção do 7x1. A bola está com Adenor.

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A Olimpíada acaba amanhã, com sua dívida bilionária pressionando os cofres públicos de um país em crise. Esportivamente falando, temos muito o que comemorar: além do ouro inédito do futebol, tivemos recorde de medalhas e desempenhos memoráveis de Rafaela Silva, Thiago Braz, Diego Hypólito, Maicon Siqueira, Robson Conceição,... Só achei uma pena a derrota da seleção feminina. Talvez as meninas precisem de uma técnica estrangeira...

Temos garantida mais uma medalha, do vôlei masculino. Mostrando que a força do vôlei brasileiro ainda não se perdeu por completo. Também teremos três brasileiros na maratona (se ganharmos medalha, vai ser zebra).

Na próxima semana, as atenções começam a se voltar às eleições municipais, onde a alegria da torcida vai progressivamente virar tristeza com o baixo nível da política brasileira. Teremos pelo menos o resto do fim de semana pra festejar. E comemorar uma vitória no esporte não é necessariamente se alienar, ao contrário do que vem dizendo o Facebook, então aproveitem.

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