2014

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

2014 em Poemas - Esporte


No nosso blog eu dei uma olhada
E vi poemas postados há um tempão.
Véi, tinha muita coisa errada.
Alguns versos muito sem noção.

Depois lembrei que fui desafiado.
Mas não quero escrever, acho tosqueira.
Não tenho nem um tema fixado.
E é meio besta essa brincadeira.

Falar do que? Da beleza da natureza?
Isso já virou um clichê.
De uma menina japonesa?
Já falaram disso, e por quê?

Você é o que faz os resumos, né?
Me disse um colega achegado.
Faz um sobre esse ano, vai que dá pé.
Ah cara, acho que você está enganado.

O tema 2014 é muito complexo.
E também, vou falar do que?
Isso está me deixando perplexo.
Só falaram de Copa e reeleição do PT.

E falar sobre esporte esse ano tá feio.
Aqui, futebol é o que move nossa nação.
E como, na Copa, nossa seleção levou bem no meio,
É melhor deixar esse assunto pra um alemão.

Nem do Brasileirão que passou na TV
O assunto pode ser posto num poema.
Já que um tal de STJD
Estragou nosso campeonato sem nenhum problema.

E o centenário do Palmeiras? – Ele me perguntou.
Você tá falando de zuera, né seu safado?
Nesse ano o time não se encaixou,
E ainda quase foi rebaixado!

Cem anos também fez o Paysandú.
Mas, tirando sua torcida, quem mais se interessa?
Não é desrespeitando o Papão da Curuzu,
Mas quem não é da primeira, não faz parte da peça.

O futebol carioca foi quase decepção.
Pelo catarinense foi ultrapassado.
O Flamengo só acordou depois de um chacoalhão
E o Botafogo foi rebaixado.

Mas uma hegemonia quase surgiu.
No Brasileirão, o campeão foi o Cruzeiro.
E ele jogou a final da Copa do Brasil,
Mas quem ganhou foi o Atlético Mineiro.

Na Libertadores, um milagre se deu.
Milagre no sentido de piada.
San Lorenzo, o time do Papa, venceu.
Como se isso interferisse na jogada.

Na UEFA, o Real Madrid detonou.
Como se alguém já não soubesse.
O Cristiano Ronaldo se achou,
Mas ele não é melhor do que o Messi.

E no Mundial, o óbvio aconteceu.
O San Lorenzo levou um baque.
O Real Madrid, com méritos, venceu.
Mas o Auckland City merece um destaque.

Ah, fala da Copa, até que foi legal.
Nem tudo deu errado, tem assunto pra danar.
Cara, o Brasil se deu mal.
E aconteceu muita coisa que não dá pra se orgulhar.

Já começou com a Cláudia Leitte e aquele “Oh, Eh, Ah”
Que musiquinha irritante!
Parece Chiclete com Banana, não dá!
Ou então coisa de vendedor ambulante.

Seleções vistas como favoritas pela moçada,
Na primeira fase saíram, que horror!
A Espanha, na estreia, levou uma paulada.
Com o Van Persie fazendo um gol de peixinho voador.

Portugal, pra mim, sempre foi enganação.
Aquele Cristiano Ronaldo só tem sorte.
A Itália e a Inglaterra precisam de renovação.
Pois perderam pra Costa Rica no grupo da morte.

E o Brasil, na primeira fase, já demonstrava
Que só com o Neymar o time não ia pra frente.
Pois, contra o México, enquanto jogava,
Mostrava suas fraquezas pra muita gente.

A partir daí foi só o abismo.
Contra o Chile, a trave nos salvou.
Nos pênaltis, o Júlio César até que mostrou heroísmo.
E o Thiago Silva, sentado numa bola, chorou.

N­o psicológico a culpa foi jogada.
Eles estão muito ansiosos – disse Felipão.
Uma psicóloga foi contratada,
Mas, não era esse o problema da seleção.

Contra a Colômbia o Brasil queria mostrar.
Até que num lance, um tal de Zuñiga,
Deu uma joelhada bem nas costas do Neymar.
Foi sem intenção – disse o zagueirinho de uma figa.

Contra a Alemanha foi a semifinal.
E o Brasil sem seu principal jogador.
Sete a um pra eles, foi fora do normal.
Foi só um apagão – minimizou o treinador.

A disputa da terceira foi apática.
Mais três a zero da Holanda, fora o show.
E disseram que a Costa Rica foi a seleção simpática.
Simpático foi o Brasil por tanto gol que levou.

Na final, Alemanha e Argentina.
A Alemanha foi campeã depois de um jogo disputado.
E na Copa, termina a nossa sina.
E, como prometido, o Maracanazo foi superado.

Mas ainda teve a repercussão.
Depois de uma carta inventada, sem eira nem beira,
Todo mundo xingou tanto o Felipão,
Que demitiram ele e o Parreira.

É, a Copa não foi uma boa memória.
Mas não tem só o futebol nesse ano de ostracismo.
E o que eu ponho nessa história?
Que tal automobilismo?

E eu vou falar do que? Felipe Massa?
Esse ano o Hamilton foi campeão.
Eu nem acompanho mais essa desgraça.
Parece videogame, é só apertar um botão.

Já na Stock Car deu Barrichello.
Ele foi mais rápido que alguém?
Essa Stock Car deve dar pra correr até de chinelo.
Se Você não sabia disso, você tá pior que eu hein?

É meu amigo, tá ruim pra sair com esse tema.
Por que você não tenta o campeonato de surfe?
O que o Medina ganhou? Não sei por num poema.
Pra mim as regras são tão claras quanto as do turfe.

Que ele ganhou, legal. Pro Brasil foi inédito o fato.
Mas pra eu falar disso é arriscado,
Já que eu nem entendo, nem vi o campeonato,
Não sei se ele deu um show ou se ganhou apertado.

Foi quando, no meio da discussão,
Percebi algo esquisito, e até engraçado.
Aí, não aquentei e fiz uma indagação
Pra esse meu colega achegado.

Cara, tem algo estranho enquanto estamos falando.
E o que é tão estranho, amigão?
Tudo o que nós falamos está rimando.
É mesmo! Que estranho, não?

É melhor eu ir antes que fique mais complicado.
Mas não desiste do poema não.
O pessoal pode achar bem bolado.
Você ainda não parou de rimar, amigão.

Em 2014 o esporte foi assim.
Mas minha cabeça está doendo, parece um nocaute.
E como meu dia está chegando no fim
Pra relaxar, vou jogar The Simpsons - Tapped Out.

sábado, 20 de dezembro de 2014

E de repente, o país do surfe



Gabriel Medina protagonizou um feito inédito: ele foi o primeiro brasileiro a vencer um mundial de surfe. Ficou em segundo na etapa de ontem, mas liderou o ranking geral. O próprio disse não acreditar ter vencido nomes como Kelly Slater e Mick Fanning. "Estou muito feliz de ter disputado o título contra Mick e Kelly. Eles me inspiraram desde criança. E hoje é o melhor dia da minha vida", declarou o mais novo ídolo do esporte nacional. Medina tem todos os méritos por sua brilhante vitória. Mas como não entendo nada de surfe, simplesmente não posso dizer o que fez dele um surfista campeão.

E é bom que se diga que soa quase uma heresia não entender de surfe nestes tempos de orgulho verde-amarelo ligado às ondas. Nas últimas semanas, pipocaram inúmeros neo entendidos no assunto nas redes sociais e o "vai Medina!" foi um grito de torcida ecoado com frequência quase futebolística nos últimos dias. Um estrangeiro que venha ao país neste momento deve imaginar que o surfe é um esporte tão popular quanto o futebol.

Medina é o nosso orgulho, o nosso símbolo de vitórias depois do sofrido 7x1 da fatídica semifinal contra a Alemanha. O Brasil festeja o sucesso em um esporte que passou a acompanhar há três semanas ou menos. É a nossa vitória! Medina é nossa redenção.

Redenção que já veio do MMA, com Anderson Silva, o Spider. Ou do vitorioso time brasileiro de vôlei, do iate de Torben Grael e Robert Scheidt, e principalmente de Ayrton Senna do Brasil, símbolo de uma vitoriosa geração da Fórmula 1 que deu lugar à "fracassada" geração de Rubens Barrichello. Nossas esperanças também renasceram com Guga, Daiane dos Santos, Popó,... Essa lista vai longe!

Tudo terminou do mesmo jeito: sem um ídolo capaz de trazer-nos vitórias, o esporte é sempre abandonado à sua própria sorte até que um outro Senna, Spider, Torben, Guga ou Daiane apareça para nos dar novas alegrias. Em cada ano bissexto sempre ouvimos nossa lista de "esperança de medalhas" para os Jogos Olímpicos. Essas esperanças dão seu melhor, ficam entre os melhores, ganham um bronze e saem como fracassados. É sempre a "derrota do Fulano", em contraste com a "vitória do Brasil". Como disse Rodrigo Borges, no Esporte Fino, "A derrota é do outro, a vitória é nossa".

Aqui neste blog, foi me atribuído erroneamente o questionamento que segue: "O brasileiro gosta mesmo de esporte?". Foi o mesmo Rodrigo Borges, no mesmo Esporte Fino, quem questionou nosso comportamento como torcedores esportivos. Diz ele que os "argentinos são apaixonados por esportes. Por vários. Futebol, tênis, basquete, automobilismo e rúgbi são algumas das paixões dos vizinhos. Paixões mesmo. Amam o Mundial de Rali sem que haja um argentino no WRC". Falta isso no Brasil? "Se Guga fosse o sujeito carismático e gente fina que é, mas nunca tivesse passado do 30º lugar do ranking, seria ele tão idolatrado? Tivesse perdido as três finais de Roland Garros que disputou, seria o ídolo que é ou seria sacaneado como eterno vice, seria motivo de chacota em programas humorísticos?"

Mauricio Cardoso, jornalista da "Placar" dos anos 80, é autor de uma frase que deixou a própria redação da revista perplexa: "brasileiro não gosta de esporte; brasileiro gosta de ganhar". O tempo mostrou que ele estava certo: o brasileiro só gosta de ganhar. Ou algum dos neo entendidos em surfe estaria acompanhando o Mundial se Medina estivesse, digamos, em 7º? Como diria o Paulinho Nogueira, do DCM, quem acredita nisso acredita em tudo.

Mesmo no tão querido futebol vigora essa lei da vantagem esportiva. A audiência do Corinthians na Globo, por exemplo, caiu bruscamente: era o time que mais dava audiência no país;  hoje é o quarto time mais visto de São Paulo. Em 2013, Fernando Sormani já observava que a frase de Maurício Cardoso explicava as baixas nos estádios: "De um modo geral, se o time está bem, o estádio lota; se está mal, fica às moscas". Alguém tem alguma dúvida disso?

Creio que isso se relaciona, de alguma forma, com nossa cultura "pra frente Brasil" que se impôs durante a ditadura e virou regra de nossas transmissões esportivas via Galvão Bueno e imitadores. Seja qual for o motivo, o fato é que nosso querido Gabriel Medina está hoje na posição em que muitos atletas já estiveram. Amanhã seu destino será o ostracismo em que seus antecessores estão, basta ganhar um bronze no próximo Mundial, talvez até uma prata. E enquanto os atletas de outros esportes reclamam da falta de incentivo e patrocínio, deixo-lhes com a amarga realidade de que isso não vai acontecer. Lei da oferta e da procura: se ninguém gosta de esporte, por que eu vou investir?

Parabenizo Medina por sua dedicação e seu sucesso ao bater grandes nomes do surfe mundial e se tornar o nº 1. E desejo a ele toda sorte do mundo quando os neo entendidos em surfe o abandonarem à própria sorte à espera do novo Senna. Pra frente Brasil!

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Depois do Refis não demonstrar os resultados esperados, vem aí a Black Friday da Receita Federal!


Hoje é sexta, dia da Black Friday! Produtos que custavam R$ 50,00 há um mês atrás, depois de um tempo começaram a custar R$ 75,00 e hoje estão custando R$ 45,00. E a loja diz que é um desconto de 40%.
E não são só as lojas que estão entrando nessa onda. Para você, que é um empresário que deve PIS, COFINS, INSS, IRPJ, CSLL, IPI, Simples Nacional entre outros impostos federais, fez o Refis da Copa e não pagou, vem aí a Black Friday da Receita Federal. Descontos de até 50% nos juros, multa e atualização monetária em cima dos impostos atrasados.



Brincadeira! Por favor, não vai na Caixa, no Banco do Brasil ou num posto da Receita falar que viu isso aqui porque senão a Dilma vem aqui na minha casa amanhã e corta o meu Bolsa Família, hein? Já pensou se eu fico sem o meu churrasco no final de semana?
Enquanto você fica aí me chamando de idiota em sua mente enganada com uma falsa boa(?) notícia, dá uma olhada no resumo da semana.

Governo contrata Seu Barriga para cobrar parcelas do Refis atrasadas.

"Pague o Refis!" Diz Seu Barriga a um contribuinte inadimplente.

Como brasileiro é caloteiro! Nesta segunda, dia 24, foi divulgado que a arrecadação de impostos da Receita Federal de outubro de 2014 caiu 1,33% em relação a outubro de 2013.
Mas aí você me pergunta: "Mas 1,33% é pouco, não?"
Sim, seria, mas tem um porém. Nesse ano o governo instituiu o Refis da Copa (Programa de Recuperação Fiscal), um programa que visava recuperar débitos de impostos federais dos contribuintes. Porém, parece que a iniciativa não atendeu muito às expectativas.
Sem falar que o governo também tentou incentivar o consumo com isenções de impostos como de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) sobre carros, móveis e eletrodomésticos da linha branca. Mas, com a economia desacreditada, a geração de receitas das empresas diminuiu este ano. 

Além de contratar o Seu Barriga para cobrar os inadimplentes, o governo está à caça do Abreu, já que todo mundo fica pondo na conta dele.

Empreiteira rouba na honestidade.


Não sei quanto a vocês, mas eu estou achando que essa operação Lava Jato tá ficando cada vez mais confusa. Todo dia aparece uma coisa nova, e é tanta coisa aparecendo, que tá difícil acompanhar.
Mas quando se trata de fazer falcatruas, o político brasileiro gosta de se superar. Pra você ter uma ideia de que nível está o cinismo de um deles, nesta segunda, dia 24, e empreiteira Galvão Engenharia apresentou recibos de propina na Justiça Federal do Paraná. O engraçado (pra não dizer revoltante) é que esses recibos eram notas fiscais de serviço!
É isso aí! A LFSN Consultoria Engenharia S/S LTDA. teve a audácia de emitir pelo menos R$ 8,8 milhões em notas fiscais cobrando propina.
Se você não entendeu porque eu usei o termo "audácia", quando você emite uma nota fiscal, você vai tributar (pagar imposto sobre) o valor descrito na nota (nesse caso, ISS, IRPJ, COFINS, PIS e Contribuição Social). Ou seja, eles pagaram imposto (na teoria) em cima da propina que receberam.
E o que isso tem a ver com a operação Lava Jato? Os pagamentos foram realizados ao empresário Shinko Nakandakari, operador de serviços da Petrobrás na época do comando de Renato Duque. Os advogados do diretor da Galvão Engenharia disseram que os pagamentos eram para evitar que a empresa fosse prejudicada em contratos de serviços com a Petrobras.

Olha os impostos destacados na nota! O pior é a descrição dos serviços prestados.
Tá pensando o que? A LFSN pode até extorquir, mas paga o imposto! Véi... Nem eu vi graça!

Governo do Amapá, aprenda com os Titãs, "as flores de plástico não morrem".


O governo do Amapá dedicou R$ 470 mil para comprar flores. Flores!
Segundo Délcio Magalhães, chefe de Gabinete Civil do Palácio do Setentrião, “Foi uma compra para ser usada em quatro ou cinco anos, e não para um mês, ou pagamento único. Ela será usada inclusive pela próxima gestão porque é uma utilidade. Quando falece uma autoridade, por exemplo, é preciso encaminhar uma coroa de flores”. Você viu que eles estão até preocupados com a próxima gestão, né?
É mais ou menos assim: - Olha, saúde, educação, segurança essas coisas a gente não conseguiu garantir. Mas, se uma autoridade morrer na sua gestão vocês tão garantidos!

Como fazer um jogo de velhos ser mais falado do que a reta final do Brasileirão.


Neste fim de semana teve algo mais incrível que o bicampeonato do Cruzeiro, a volta do Vasco pra Série A, o rebaixamento quase confirmado do Botafogo pra Série B ou o Palmeiras por um fio. Neste domingo, dia 23, aconteceu na Arena das Dunas, em Natal uma partida de seleções masters entre Brasil e Argentina. O problema é que dos "convocados", alguns jogadores simplesmente não compareceram. Dentre eles Emerson Sheik, Junior Baiano, Viola e Edílson Capetinha pelo Brasil, Sensini, Ortega e Caniggia pela Argentina. Aliás, o Caniggia, mesmo não indo, foi o destaque do jogo.
É que simplesmente colocaram um sósia dele pra jogar em seu lugar. Na escalação estava o nome de Caniggia, mas quem jogou foi o conhecido Daniel Cordone, ex-jogador do Vélez Sarsfield e do Newcastle. E pra você ter uma ideia de como o negócio foi hilário, um dos gols do Brasil no empate de 3x3 foi marcado pelo sérvio Petkovic.

Caniggia antes e depois do fake.

O Procon de Natal está apurando uma possível propaganda enganosa da Fênix Sports, promotora do evento. Caso seja identificada, a Fênix Sports pode ser multada.
Para se defender, a Fênix Sports emitiu um comunicado nesta segunda, dia 24, dizendo que "convidou o ex-jogador Athirson Mazolli e Oliveira para que o mesmo convocasse as duas seleções, o que foi feito." Ou seja, jogou a culpa no Athirson.

Ao ver essa palhaçada, o Fluminense se prontificou a acionar o STJD caso o time não se classifique para a Libertadores.

Chega de internet por hoje? Calma! Primeiro curte a gente no Facebook e segue no Twitter, depois você pode jogar o PC ou o note pela janela.

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sábado, 22 de novembro de 2014

Foi mal pelo atraso, é que eu me distraí no meio do caminho e...


Ficou com saudade das minhas notícias? Se sim, beleza! Se não, não interessa! Esse post é meu e é só a minha opinião que vale. Não gostou por quê? A Globo faz isso direto.
Essas foram as notícias da semana mais relevantes para alguém que não sai do jogo The Simpsons Tapped Out (depois eu passo a minha conta, EA). Dá uma olhada aí:

Novo líder no "Ministério da Fazenda"




Esse reality show tá igual o Big Brother e a Fazenda. Entra gente, sai gente, mas continua sempre a mesma merda.
E agora a apresentadora Dilma Rousseff está para escolher um novo líder. Depois das pataquadas engraçadas de Guido Mantega, os mais indicados para a liderança eram Luiz Carlos Trabuco, presidente do Bradesco (quem disse que ela não gosta de banqueiro?) e Joaquim Levy, ex-ministro do tesouro nacional. Porém, com a desistência de Trabuco, Levy é o mais cotado.
Lembrando que Levy era ministro do tesouro nacional quando o Palocci era o da fazenda.
Além do ministro da fazenda, ela também vai nomear o ministro do planejamento e o presidente do Banco Central.
E pra você ter uma ideia de como isso parece um reality show, só as especulações já fizeram a Bovespa fechar em alta nessa sexta e as ações da Petrobras subirem, mesmo com todo esse escândalo aí.
É que nem quando a Globo vai começar o Big Brother e fica pondo aqueles rejeitados no Fantástico. Depois disso, a audiência percebe que vai ser igual ao do ano passado e para de assistir.
O trabalho do novo ministro será baba, moleza. É só fazer com que voltem a acreditar na política econômica brasileira (HAHAHAHAHA). Sabe como é, a inflação subiu, o desemprego subiu, o investimento caiu, a poupança tá rendendo menos, o Mantega cortou gastos do INSS com Seguro-Desemprego, Auxílio-Doença e subsídios do SEBRAE só pra não diminuir o Bolsa Família (disso você não sabia né? Pois esse foi o último ato dele como ministro) etc. 


WhatsApp reconhece os danos que causou ao mundo





Todo mundo falando e fazendo piadas nas redes sociais do duplo tique azul do WhatsApp que mostra se seu amigo(?) leu ou não a sua mensagem. Amizades sendo desfeitas, namoros acabando por causa de ciúmes (se bem que não é muito recomendável um cara adicionar a namorada no WhatsApp) e pessoas chateadas porque o grupo não viu sua foto engraçada de uma mulher gorda usando fio dental com os lábios da vagina aparecendo e chamando o administrador para um rala e rola selvagem.
Mas calma gente, a nova atualização do WhatsApp para o Android lançada nesta segunda, dia 17/11, já permite desabilitar aquele duplo tique azul que indica se seu amigo leu ou não a mensagem. Mas a versão 2.11.444 está disponível apenas para Android. Então, se você tem iOS ou Windows Phone, há, se f*deu! Agora vai ficar sentado chorando porque seus amigos não leem as suas mensagens. Vai ficar com a namorada (ou o namorado) direto no pé dizendo: "Você ta bravo comigo?" ou "Por que você nem lê?"
Não, brincadeira. É que como ocorre com a maioria, a atualização vai primeiro pro Android. Agora, se você tem um com Java, com certeza você tem atualizações no Orkut agora, vai lá dar uma conferida.
Mas eu me pergunto: Por que esse duplo tique azul deu tanto trabalho? Se a pessoa não responde imediatamente sua mensagem ela tá te sacaneando? Isso é excesso de carência! Na minha época a gente só podia entrar de fim de semana no MSN por causa da conta do telefone. E até a mensagem chegar pro amigo, ele responder e a resposta chegar já deu uma hora. E se incluía mais de um na conversa então? Vixi!
E pra você ter uma ideia de como isso é antigo, o Chrome não reconheceu a palavra "MSN" quando eu digitei.


Loja da Apple aceita UnionPay. Que legal, cara! O que é Isso?


A loja da Apple na China começou a aceitar cartões de débito e crédito da UnionPay, bandeira de cartões chinesa. Não sei nem o que falar, mesmo porque eu nunca tinha ouvido falar dessa UnionPay.

A Apple tá aceitando tudo agora só pra você gastar seu dinheiro em aplicativos inúteis ou quase úteis em sua vida. MasterCard, Visa, Diners, Amex, Sodexo, Ticket, HiperCard, Aura, fiado, Bilhete Único, Tele-Sena... Menos o Bolsa Família. Hehehe.


Novo casal 20 das penitenciárias

Essa é nova entre assassinos que encontram o amor. Agora o apaixonado da vez é Charles Manson, de 80 anos, condenado à prisão perpétua nos Estados Unidos.
Pra quem não sabe, ou não se lembra do que ele fez, ele é o fundador de uma seita chamada "Família". Ele pregava uma guerra entre raças. Há mais de 40 anos, ele enviou 80 seguidores para a casa da atriz Shanon Tate. Ela e mais seis amigos na casa foram assassinados. O grupo plantou pistas falsas para incriminar os Panteras Negras, grupo de ativistas afro-americanos.
Ele foi culpado de conspiração e só não foi condenado à morte porque bem na época de seu julgamento o estado da Califórnia havia abolido a pena de morte.
Agora ele recebeu permissão para se casar com Afton Elaine Burton, de 26 anos. Uma seguidora de sua seita que se auto-intitula "Star" (como diria um amigo meu, "doidera!").


Veja se não foram feitos um para o outro. O amor é lindo!
Esse cara aí tá podendo mais que o Sandrão hein? Já se casou duas vezes, vai casar a terceira e a trajetória de sua vida ganhou um musical (não vou nem dizer que foi um brasileiro que dirigiu).

E é isso aí! Agora me dá licença que eu vou jogar um pouco de FIFA 2014.

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segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Eu não me importaria de trabalhar com um Xico Sá


Aos queridos colaboradores deste blog, deixo avisado que caso algum de vocês queira usar este espaço para declarar voto em algum candidato, pode fazê-lo contanto que não se ofenda pessoalmente ao candidato adversário, prática comum nas redes sociais tomadas pela agitação política e pelo ódio.

Eu inclusive abro aqui o meu: no segundo turno voto Dilma Rousseff. Não é a pessoa ideal para fazer a transformação que este país precisa, mas é a única que pode atender às pautas de direitos humanos e modelo de desenvolvimento que serão determinantes para construir um país mais desenvolvido e socialmente justo.

Se você é PTfóbico como boa parte da Internet, seria bom se ao menos você parasse de se passar por um "imparcial" que vota nulo torcendo pro Aécio ganhar. Ou, como disse o Pedro Alexandre Sanches no Farofafá, "seria necessário e saudável que VOCÊ soubesse que está votando na Sua Fobia em Pessoa, e parasse de se fazer de vítima, de falso moralista, de indignada de fachada com corruptos selecionados, de gente inofensiva que não faz mal a ninguém e não tem nada a ver com tudo isto que está aí".

Opinião exposta sem meios termos não faz mal a ninguém. Pelo contrário, contribui com o debate democrático e fortalece a liberdade de expressão. Os americanos sabem e lá o New York Times pode apoiar os candidatos do Partido Democrata, como Barack Obama em 2008 e 2012. O portal Brasil Post manteve a neutralidade, mas fez uma eleição interna pra saber em quem seus jornalistas votam. Resultados aqui.

Ainda assim, o público parece não ter entendido que todos, inclusive os jornalistas, têm lado e preferências políticas. É o conto do vigário da "imparcialidade", prometida pela Folha de S.Paulo com a insistência de quem tenta mais se convencer de algo do que convencer a outra pessoa e copiada por quase todos os veículos secretamente chapa-branca da mídia brasileira, impressa e digital.

Recentemente, Xico Sá saiu da Folha após o jornal se negar a publicar texto em que dizia votar em Dilma. O editor executivo Sérgio Dávila disse em nota que o jornal não aceita "proselitismo político" em suas colunas. E seria proselitismo o que faz a imprensa nos EUA e na Europa? Só lembrando que um colunista do jornal que atende pela alcunha de Tio Rei não só apoia Aécio como faz questão de explicitar seu radicalismo PTfóbico em suas colunas. Vai ser demitido também? Se a Folha não quer conviver com opiniões contrárias, podia ao menos seguir o exemplo do NY Times...

Não podia, porque o público foi anestesiado com a ideia de imparcialidade. Acredita-se que, livre da parcialidade, a notícia chega limpa. Mas a realidade é que a imparcialidade não existe e quem se diz imparcial é, na verdade, um partidário enrustido muito mais perigoso do que aquele que expõe claramente suas preferências. Porque o que se diz imparcial o faz unicamente para trazer credibilidade à sua militância secreta. Já o que assume suas preferências é mais capaz de estimular o debate de ideias, algo que falta neste país.

Por tudo isso não me importaria de trabalhar com um Xico Sá, da mesma forma que não me importo de estar em um blog juntamente com dois eleitores de Aécio Neves. Porque se não fosse para fazer um debate honesto de ideias, eu teria feito um blog sozinho.

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Um debate do Twitter


Já não consigo assistir a grandes eventos televisivos sem conferir ao menos uma vez as redes sociais, em especial o Twitter. Foi assim na Copa do Mundo, foi assim em premiações e tem sido assim nos debates entre os candidatos à Presidência da República.

Escrevo no momento em que se encerra o debate final antes do primeiro turno. Não vou me demorar muito nos comentário. O último confronto direto entre os candidatos foi baixo como se esperava. Com direito com dedo na cara, Entre os grandes, Aécio Neves foi o que mais se destacou. Dilma estava presa demais, Marina estava confusa, nem parece a segunda eleição que disputa. Dos nanicos, Eduardo Jorge teve os melhores momentos. Luciana Genro foi a que mais atacou, mas não foi além do que fez nos outros debates. Pastor Everaldo segue linha auxiliar de Aécio, Levy Fidelix continua sendo uma figura caricata. Fora isso, a dinâmica do debate ajudou a esquentar o clima ao colocar os candidatos frente a frente.

O que mais chamou a atenção foi a proliferação de memes, especialmente via Twitter. O momento em que Pastor veraldo pergunta a Aécio sobre o PAC rendeu mais um "eu me perdi aqui, desculpa", o momento "dedo na cara" entre Luciana e Aécio rendeu todo tipo de piada, até um "eu não sou tuas nega". Teve Eduardo Jorge "dançando" "Thriller", Dilma com cara de "cê jura?", e uma infinidade de temas para Bonner sortear, de "vodka ou água de coco" a "Windows ou Mac?". Até "Friends" apareceu no Twitter.

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Tem gente que reclama que isso faz mal, desvia o debate de temas importantes. No caso do debate da Globo, deixou a intensa troca de farpas mais digesta. Proporcionou bons momentos de riso e conseguiu explicitar a importância do evento, sempre desprezado pelas emissoras brasileiras pela sua baixa audiência.

Não adiante insistir: a linguagem que faz sucesso na Internet é o humor. A eleição está envolvida em memes desde o começo do ano e o debate da Globo as produziu aos montes. Apesar de tudo, é uma forma eficiente de se comunicar com eleitores, muito mais eficiente, diga-se, do que discursos manjados, programas eleitorais hollywoodianos e ataques intensos em debates. O humor chega com facilidade no jovem, que é o grande motor da política brasileira desde os protestos de junho de 2013. E chama a atenção o fato de que a maioria é produzida espontaneamente na rede e compartilhada aos montes sem o excessivo cálculo político e midiático dos "especialistas" dos partidos e da mídia.

A campanha do Obama se fez com memes, o debate político está cada vez mais cheio de memes. Agora, o Twitter se sai o grande vencedor do último debate entre os candidatos à Presidência da República.

domingo, 28 de setembro de 2014

Contrastes


Marina Silva diz que é favor do casamento igualitário e muda de opinião depois de um dia de discussões sobre seu programa.

Eduardo Jorge defende pautas progressistas depois de se aliar a governos conservadores, tendo sido inclusive secretário de José Serra.

Dilma Rousseff parte para o ataque contra Marina Silva quatro anos depois de se dizer vitimada por ataques caluniosos de José Serra.

Aécio Neves fala pelos cotovelos da corrupção do PT mesmo tendo sido o PSDB de Minas quem apresentou Marcos Valério ao mundo político.

Luciana Genro bate em todos os candidatos e se cala diante de declarações de Levy Fidelix quando esse ironiza seu programa de governo,

Por que a política brasileira tem que ser esse convite à contradição?

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

A batalha final já começou


Dilma acusa Marina de ser um poço de contradições, Marina diz que Dilma faz covardia ao atacá-la. Os petistas apontam as "alianças espúrias" de Marina, o PSB manda tirar o site Muda Mais do ar. Nos debates, Dilma e Marina já duelam diretamente. No horário eleitoral, mesma coisa. É a mão de Lula contra a mão de Eduardo Campos. Faltam 13 dias para as eleições e a batalha final entre Dilma Rousseff e Marina Silva já começou.

Desde que o tucano Aécio Neves foi simplesmente descartado pelos tucanos de São Paulo - candidato a senador, José Serra aparece mais do que ele -, Marina começou a ameaçar vencer a eleição no segundo turno contra Dilma. Com Aécio em terceiro plano, Dilma passou a atacar a ex-ministra do Meio Ambiente mais diretamente do que ao candidato do histórico rival PSDB. Marina passou a reagir aos ataques e desde então estamos assistindo uma sequência de acusações, discussões e conspirações entre petistas e marineiros.

Sempre foi óbvio que Aécio era uma ameaça muito menor ao PT. A rejeição ao PSDB fora de São Paulo e a impopularidade marcante ao governo FHC eram uma espécie de caminho da segurança. No entanto, a rejeição ao nome de Aécio em São Paulo fez de Marina favorita ao segundo turno. E Marina é muito mais ameaçadora do que qualquer tucano.

Marina está fora do círculo de rejeição tucana. Seu nome não pode ser associado imediatamente a FHC, ainda que seja associado ao neoliberalismo (FHC não é impopular por ser neoliberal). Já trabalhou no governo Lula, saiu pra disputar a presidência pelo PV. Perdeu, foi atrás de criar seu próprio partido, a Rede Sustentabilidade. Sem tempo de se candidatar pela Rede, filiou-se ao PSB e entrou como vice na chapa de Eduardo Campos.  Veio a tragédia, Marina herdou a candidatura e despontou nas pesquisas.

Fora do eixo PT-PSDB, Marina atraiu simpatizantes da oposição que deixaram de votar em Aécio para embarcar na candidatura do PSB. Também atraiu um eleitorado jovem de classe média que rejeita as principais forças políticas do país e vê em Marina uma esperança de renovação, uma "nova política".

O PT, queimado pela oposição que sofre de setores da mídia e pelos protestos de junho de 2013, resolveu partir pro ataque. A mudança do programa de Marina em relação ao casamento gay fez o PT colar em Marina o rótulo de "contraditória" que muda de opinião sob pressão. A presença de Neca Setúbal, educadora filha do falecido banqueiro e ex-prefeito de São Paulo Olavo Setúbal, na campanha de Marina também foi atacada por militantes petistas. Fez colar nela o rótulo de "candidata do Itaú", uma candidata que interessa só aos bancos.

Marina reagiu usando o emocional: diz que a campanha de Dilma faz "covardia" e que, como candidata, jamais agrediria uma mulher - no caso, Dilma. Marina tenta se descolar dos ataques e, de quebra, vender a "nova política" que norteia sua campanha.

A troca de farpas tem endereço certo: o segundo turno entre as duas candidatas. Em outubro, a troca de farpas vai se intensificar de forma absurda. O embate de 2014 promete ser mais polêmico - e emocionante - do que o segundo turno de 2010 em que Serra ganhou a simpatia dos mais conservadores e levou a eleição ao segundo turno.

Ao PSDB, cabe fazer sua escolha de Sofia: apoiar Marina e mendigar cargos num governo da Rede ou liberar o voto do partido e tentar sobreviver como força política para lançar uma candidatura mais competitiva em 2018. Por agora, está descartada a possibilidade de vitória.

Será que teremos mais quatro anos de Dilma ou o tabuleiro político brasileiro nos reserva uma surpresa chamada Marina Silva? Reeleita, Dilma vai mexer no modelo de desenvolvimento "progressista pero no mucho"? Eleita, Marina vai saber lidar com as questões essenciais do país de maneira firme e corajosa?

O segundo turno entre Dilma e Marina promete fortes emoções. E a batalha final entre as duas já começou.

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Um raio cai duas vezes no mesmo lugar?



"Até você votou em mim, bicho?", perguntou Francisco Everardo Oliveira Silva, o Tiririca, deputado federal pelo PR de São Paulo e candidato à reeleição, antes da propaganda cortar a imagem para ele mesmo vestido de Roberto Carlos. "Eu votei, de novo eu vou votar! Tiririca, Brasília é o seu lugar!", cantou diante de um bife (cenográfico?) que remete à propaganda que o verdadeiro Roberto Carlos fez para a Friboi.

Eleito um dos melhores deputados pela revista Congresso Em Foco, apontado pela "imprensa progressista" como um congressista mais ativo que o candidato à presidência Aécio Neves (PSDB), Tiririca pediu o voto de quem "tá de saco cheio da política".



A peça de humorismo é apenas uma estratégia (mais uma) de campanha eleitoral. Tiririca usou em 2010 estratégia semelhante e foi eleito com 1.353.820 votos. Quatro anos se passaram desde então e Tiririca está de volta usando estratégia semelhante. Mas será que ainda funciona?

Sua principal promessa de campanha, contar o que faz um deputado federal, já foi cumprida: segundo ele, um deputado "trabalha muito e produz pouco". Fora do horário eleitoral, Tiririca foi um deputado, digamos, esforçado: compareceu às sessões, apresentou vários projetos de lei, não foi flagrado em escândalos e chegou a se desiludir com o sistema político do país. Contudo, não foi muito claro em relação a questões ideológicas e sua contribuição para a melhoria do panorama político no país é muito pequena.

O fenômeno Tiririca era o triunfo do palhaço que não sabia direito o que fazia um deputado federal. Neste ano, porém, o feitiço se volta contra o feiticeiro: se Tiririca não sabia, há quatro anos, o que fazia um deputado federal, os últimos quatro anos lhe serviram de aprendizado. Agora é hora do povo paulistano decidir se dá a ele mais uma chance ou se tira o palhaço assumido de Brasília.

A estratégia de campanha continua a mesma, mas ela foi usada e abusada nas eleições municipais de 2012 e teve como único resultado razoável a eleição de Marquito como suplente. Tiririca está apostando que consegue fazer o raio cair duas vezes no mesmo lugar, mas será que o eleitor não estaria esperando do palhaço que se comporte menos como tal?

Tiririca já sabe o que um deputado faz. Se reeleito, como será sua atuação agora que já tem essa experiência? Vai ser uma voz mais ativa? Vai se posicionar nas pautas de direitos humanos, ética e modelo de desenvolvimento? Ou vai continuar só "aprendendo"?

Pessoalmente falando, considero Tiririca um palhaço muito menos nocivo do que Jair Bolsonaro, por exemplo. Mas será que ele merece uma chance? Ou será que as palhaçadas não são capazes de fazer um raio cair duas vezes no mesmo lugar?

Com a palavra, o povo de São Paulo.

quinta-feira, 31 de julho de 2014

Escola musical #2 - We are ever, ever, ever getting back to bubblegum



Quando do lançamento de seu álbum "Red", a cantora americana Taylor Swift resolveu sair da mesmice que estava tomando conta de sua música e radicalizou. Seu primeiro álbum, homônimo, era totalmente country. Seguiram-se dois álbuns em que Taylor caprichou nas referências ao pop (country-pop), o que a fez sair das limitações nacionais e chegar ao estrelato mundial. Contudo, em "Red", Taylor decidiu experimentar um estilo novo. Faixas como "We Are Never Ever Getting Back Together" e "22" saíram totalmente do country e assumiram uma personalidade mais pop.



Talvez ela não faça ideia, mas sua guinada ao pop repetiu um fenômeno que começou em meados dos anos 60, assumiu formas revolucionárias nos anos 80 e chegou aos dias de hoje como principal fenômeno musical das adolescentes de classe média: Taylor se tornou uma artista de bubblegum pop!

O bubblegum pop é um estilo que tem tido uma de suas maiores altas. Além de Taylor, artistas como Demi Lovato, Carly Rae Jepsen, Katy Perry e One Direction têm dado ao estilo um status de coisa moderna. O bubblegum pop, contudo, é tão velho quanto o The Who! E na aula de hoje vamos conhecer mais a fundo essa longa história.

Mas que raios é bubblegum pop, professor?

Definir o bubblegum pop é algo bem difícil. Ao pé da letra significa "pop chiclete", mas isso não é suficiente para definir o estilo. Uma definição tida como padrão é que o bubblegum é um estilo de música pop que soa grudento. Dentro dessa definição, podemos classificar o Psy como bubblegum.



Mas se essa definição está errada, qual é a verdadeira definição de bubblegum pop? Para entender melhor o que é o bubblegum, vamos voltar ao longínquo ano de 1967, em que o estilo começou a aparecer como possibilidade real.

É como chiclete!
Surgido em meados dos anos 60, o bubblegum pop, também conhecido como bubblegum rock (isso mesmo, rock), surgiu com influencias que vão do rock dos Beatles até cantigas de roda! Um grupo muito influenciado pelo bubblegum foi ninguém menos que o Jackson 5. O grupo jogava referências do bubblegum em músicas cheias de soul.



Os produtores Jerry Kasenetz e Jeff Katz são apontados como os criadores desse gênero. Foram eles que identificaram o publico-alvo do estilo, composto por adolescentes, pré-adolescentes e "crianças jovens". A um certo momento, um deles disse: - Ah, isso é como música chiclete! (Ah, this is like bubblegum music) E assim foi.



Kassenetz e Katz produziram artistas como Shadows of Knight e The Music Explosion.





Repararam em algumas semelhanças com o The Who? Pois é, o power pop, estilo que a banda fazia, influenciou e foi influenciado pelo bubblegum.

Com base em tudo que aprendemos até agora, podemos fazer uma definição assim:

bubblegum pop (s.m.): estilo de musica pop com melodias simples e voltado a um público extremamente jovem.

É uma definição bastante básica, mas é a mais correta possível. O bubblegum é um estilo com o qual pré-adolescentes sempre se identificaram. E a TV sempre soube tirar um casquinha dessa relação.

Made for TV
Os artistas produzidos por Kassenetz e Katz formaram uma grande máquina de produção de bubblegum. A Buddah Records, ligada à MGM, foi a gravadora que mais produziu discos para os artistas dos dois. Entre eles o Ohio Express, cujo single "Yummy Yummy Yummy" vendeu mais de um milhão de cópias.



As bandas tinham em comum um apelo muito grande entre o público mais jovem. As músicas eram simples e grudavam nas cabeças de quem as ouvia. Não paravam de surgir bandas novas como Tommy James & The Shondells, Crazy Elephant e 1910 Fruitgum Company.







Mas não demorou muito até que a TV, sempre ela, fosse atrás do sucesso. O bubblegum se tornou o estilo musical preferido dos roteiristas de séries e animações. Foi assim que apareceram artistas como The Patridge Famile (A Família Dó-Ré-Mi) e The Archies, que cantavam "Sugar, Sugar".





A Hannah Barbera foi uma das que mais especializou em fazer bubblegum. Foi dali que nasceram Banana Splits e Josie and The Pussycats.





É isso aí amigos, o mundo não mudou tanto assim...

Declínio
O bubblegum sobreviveu nos anos 70 e até inspirou artistas de glam rock como Sweet.



São também dessa época artistas como The DeFranco Family e os próprios Jackson 5.



Mas foi a psicodelia de artistas como The Who, inspirada em partes pelo bubblegum, que realmente chegou pra ficar.



Com isso, o bubblegum tal como se conhecia nunca mais teve o mesmo impacto. A TV parou de apostar no estilo com a mesma força, os artistas do gênero já não vendiam tanto, o impacto do estilo diminuiu. Os anos 70 anunciavam experiências musicais que iam de Jimi Hendrix ao punk. Estilos mais produzidos, como o bubblegum, perdiam força. Aquela música chiclete estava condenada ao desaparecimento!

Ou será que não?

O renascimento
Em uma prova concreta de que na cultura pop nada se perde, o bubblegum voltou com tudo nos 80, onde adquiriu as características que possui hoje. Vários fatores contribuíram para isso, como o nascimento de estilos como o electro-pop (ver última aula).

A mistura de electro-pop com bubblegum seria explosiva! Permitiu ao estilo se reinventar e assumir as características que tem hoje. Mas como o bubblegum é um estilo que depende muito da imagem, e consequentemente da TV, ainda ficou faltando um passo para o estilo voltar com força total. E esse passo foi dado no sábado, dia 1º de agosto de 1981.



Seria impossível pensar em música pop hoje sem a MTV. Ao dar uma cara para a música que as pessoas ouviam, ela permitiu o surgimento de uma indústria musical preocupada tanto com a imagem quanto com o som do artista. A MTV era tão importante para indústria musical quanto um disco. O videoclipe foi uma peça-chave para o nascimento de uma nova música comercial, uma em que Madonna e Michael Jackson poderiam reinar por um longo período.

Some-se a isso as positivas experiências de estilos como o new wave e temos um cenário perfeito para moldar um novo bubblegum. Um bubblegum para garotas adolescentes de classe média.

Girls just wanna have fun
Foi a rainha do pop Madonna a primeira a caprichar nas referências ao bubblegum. Seu primeiro álbum, homônimo, fundiu o estilo com música eletrônica e acrescentou uma pegada mais dançante. Um bubblegum com pegadas de Human League e Tina Turner. O resultado foi a consolidação da primeira variante oitentista do bubblegum, o dance-pop.



Quem saberia dizer por que a Madonna é a rainha do pop? Ela a mais bonita das cantoras pop? A mais talentosa? A que canta melhor? A que dança melhor? A que atua melhor?

Claro que não! Mas ela desenvolveu algo que nenhuma cantora pop conseguiu ao longo dos últimos 30 anos: ela é totalmente mutante! Ela consegue sempre mudar para seguir na crista da onda e por isso não sai de moda.

Desde essa época não faltaram cantoras pop que buscavam se apresentar como "nova Madonna": Paula Abdul, Kylie Minogue, Gewn Stefani, Lady Gaga,.. Até agora todas ficaram só na promessa. Mas junto com Madonna apareceu outra competidora, Cyndi Lauper. O nicho aberto por Madonna atingiu um público feminino bastante jovem. Foi a ele que Cyndi passou a se dirigir cantando sobre garotas que só queriam se divertir.



Cyndi é reconhecida como a "adversária" mais difícil que Madonna já enfrentou, até por aparecer na mesma época. Só que mais do que isso, o sucesso de Cyndi complementou e aprofundou a tendência das músicas feitas para meninas adolescentes que se tornou regra no bubblegum a partir daí. Pense no seguinte: sabe a Demi Lovato? Então, ela não existiria sem a Cyndi Lauper assim como a Britney não existiria sem a Madonna. O mundo... Vocês já sabem.

Ainda na década de 80, o bubblegum conheceu artistas como Kylie Minogue e Debbie Gibson, que seguiram com maestria os ensinamentos de Madonna e Cyndi Lauper.je.





Foi um momento de enorme proliferação de cantoras pop, mas esse momento acabou nos anos 90. Madonna foi até o trip hop e foi ao dance com "Ray Of Light", Paula Abdul apareceu em caminho parecido, Cyndi Lauper sumiu, bem como outras cantoras oitentistas. Grunge, electro-pop e hip hop dominavam o mercado. Mais uma vez, a música chiclete estava condenada ao desaparecimento! Ninguém mais iria fazer hits de bubblegum outra vez.

Ops, eles fizeram de novo!

A nova geração pop
Apresento-lhes o teen pop, mais avançada variante de bubblegum pop da história! Segunda metade dos anos 80. É o tempo das boy bands, das Spice Girls, das princesas pop, de Sandy & Junior... Influenciados por Madonna e pelo R&B, o pop dos anos 90 foi dominado pelo bubblegum.

Tudo começou com o sucesso dos Backstreet Boys e das Spice Girls, já em meados dos anos 90. Mais uma vez estava lá a explosiva combinação de melodias marcantes, apelo visual e enorme influência entre as meninas adolescentes.





A revolução iniciada nos anos 80 encontrou a evolução do electro-pop e das máquinas de fazer música. Backstreet Boys e Spice Girls são fruto dessa evolução (sim, evolução). Os dois grupos ajudaram a moldar o cenário pop depois do grunge e não só ressuscitaram o bubblegum como indicaram o caminho pelo qual o estilo seguiria nos anos seguintes.

O sucesso dos Backstreet Boys fez surgir uma geração de boy bands com o N'sync, de Justin Timberlake.



Tempos depois, é a vez da nova geração de cantoras pop. É a hora de Christina Aguilera, de Jessica Simpson, do retorno de Kylie Minogue,.. A geração de ouro do pop "comercial" que também pegou por aqui com nossa princesa sumida Kelly Key.









E não podemos nos esquecer dela, a rainha das princesas pop, aquela que permitiu o surgimento e sucesso de todas. Inspirada no dance pop oitentista de Madonna (em quem ela deu um beijaço certo VMA) e Cyndi Lauper, trazendo para o estilo uma boa pitada de pose e sem cantar nenhuma música própria sem Auto-Tune. Lá estava ela, Britney Spears.



Britney foi a vanguarda do pop em meados dos anos 90, influenciando muito do que se fez depois. A febre adolescente que ficou sexy, que ficou problemática, que ficou sem calcinha e continua até hoje com uma enorme quantidade de fãs.











A geração do final dos anos 90 se arrastou nos anos 2000 com nomes como Ashlee Simpson e Gwen Stefani, vocalista do No Doubt.





Mas não tardou para acontecer o efeito bumerangue do bubblegum. Lembra quando a gente viu lá atrás que a TV se aproveitou imensamente do bubblegum quando ele era uma novidade lá em meados dos anos 60? E que a Hannah Barbera foi uma das que mais se especializou em produzir artistas de bubblegum? Pois é, o mundo... não mudou tanto assim.

As estrelas Disney
Até meados da década de 2000, os canais infanto-juvenis eram fortemente influenciados pelo excelente Cartoon Network e sua fórmula de reviver o pastelão dos tempos dos Looney Tunes em versões bem modernas, como O Laboratório de Dexter, Johnny Bravo, etc. A Nickelodeon trouxe a fórmula para o terreno dos live actions com Kenan & Kel e deu muito certo!

O Disney Channel, lançado nos EUA na década de 80 e ferrenho rival da Nickelodeon, da Viacom, não teve outra alternativa a não ser se adaptar. Pode-se dizer as animações dos tempos do Disney Club, todas elas exibidas no Disney Channel antes dele chegar no Brasil, tinham muito desse método. E assim foi com as produções que vieram depois, mais especificamente até 2006.

Não que a Disney não tenha tentado emplacar sua Lizzie McGuire, série que nos revelou Hilary Duff, ou que a Nickelodeon não tenha respondido com Zoey 101, com a irmão de Britney Spears, Jamie Lynn Spears.



Mas foi só a partir de 2006, com o estrondoso sucesso de um telefilme musical do Disney Channel chamado "High School Musical", que percebeu-se que havia demanda para o bubblegum feito a partir da TV quatro décadas após a Hannah Barbera lançar suas experiências nesse sentido.



Com uma diferença absolutamente injusta em comparação com o estúdio que nos deu Os Flintstones e a turma do Scooby Doo: a Disney é um poderoso e estrondoso conglomerado de mídia que possui canais de TV, emissoras de rádio, estúdios para produzir filmes e séries e um grupo de gravadoras. Toda a estrutura necessária para se produzir, promover e lucrar com um artista está em poder da empresa. Assustador!

Após o sucesso da trilogia HSM, a Disney lançou hit atrás de hit. "Hannah Montana" nos apresentou Miley Cyrus, maior nome do pop no momento atual; o filme "Camp Rock" nos apresentou Demi Lovato, que depois protagonizou a série "Sunny Entre Estrelas"; o grupo Jonas Brothers, que já se estabeleceu antes dessa era, teve uma boa ajuda do mesmo "Camp Rock" para virar hit em 2008; Selena Gomez já protagonizou "Os Feiticeiros de Waverly Place"; e não podemos nos esquecer dos artistas que saíram do próprio HSM, como Ashley Tisdale e Vanessa Hudgens.

O novo bubblegum nasceu inspirado em Britney Spears, foi buscar influências em Avril Lavigne e seu "punk pop" e se estabilizou com a ajuda dos canais infanto-juvenis dos EUA.

















Os primeiros artistas da Disney são os principais, mas eles seguem com suas apostas altas em "Jessie", que tem projetado Debby Ryan, e "Violetta", primeira produção teen da Disney feita na e para a América Latina. A Nickelodeon, do mesmo grupo da MTV (conglomerados de mídia + marketing), também deu uma enorme contribuição, revelando artistas como Victoria Justice, protagonista de "Victorious", e Big Time Rush, da série homônima com que a Nick e a Sony Music pretendiam emplacar sua própria boy band.







Simultaneamente à consolidação da geração Disney, Justin Bieber apareceu para o mundo.



Os anos 2010 começam com Miley no topo das estrelas Disney, Justin como um dos maiores artistas do momento e Katy Perry caprichando nas referências bubblegum em "Teenage Dream".



É esse contexto que, finalmente, consolida-se a existência do bubblegum como estilo musical.

O que tem pra hoje?
Como foi dito no começo desta aula, a proliferação de artistas de bubblegum deram ao gênero musical um status de coisa moderna, mas, como vimos na aula, o bubblegum nasceu em meados dos anos 60, morreu uma vez, voltou, esfriou, voltou, deu uma estagnada e agora é mais uma vez um dos estilos predominantes nas rádios top 40. Nós definitivamente estamos sempre, sempre e sempre voltando para o bubblegum.

Pra hoje nós temos One Direction, consolidando o retorno triunfal das boy bands ao topo junto com 5 Seconds of Summer. Temos também Carly Rae Jepsen, que estourou com "Call Me Maybe", e Taylor Swift com sua transformação radical em pop star. Miley Cyrus deu uma puxada pro R&B, mas Demi Lovato chegou ao topo das paradas com os singles de seus álbuns "Unbroken" e "Demi".











Esfriando, esquentando, esfriando de novo, esquentando mais uma vez. O bubblegum é definitivamente um estilo de momento. Um estilo que vicia molecada que nem chiclete.

***
Uau, foram sete meses que separaram as duas aulas desta escola! Mas não se preocupem caros colegas, pois dentro em breve teremos uma aula toda voltada para os videoclipes. Não deixem de usar a caixa de comentários do blog ou do Facebook para dúvidas e sugestões. Para ouvir no recreio, "Call Me Maybe".

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Só faltou eu pra falar do fracasso na copa






Meus amigos fãs do Um Pouco do Nosso, eu sei que tá chato ficar falando de copa, mas tá tanta gente na mídia dando pitacos, esdrúxulos por sinal, que eu fiquei com vontade de falar. Mas eu já deixo avisado, de antemão, que eu vou falar de FUTEBOL (se eu citar algo de mídia ou da politicagem podre da CBF e da FIFA, é porque influiu no futebol).
O fracasso, do FUTEBOL, da seleção na Copa do Mundo deste ano foi devido a vários fatores, desde o fim de 2010 até a semifinal contra a Alemanha. A badalação da mídia, o excesso de intrometimento de cartolas no jogo do futebol, a falta de atualização de nossos técnicos no futebol, a falta de preparação para o campeonato etc.
Em 2010 ainda, eu defendia que a CBF entrasse com um pedido à CONMEBOL para disputar as eliminatórias como um convidado. Eu não sei se pode, mas já que a eliminatória sul-americana só ia ficar com nove times, um time sempre iria folgar em cada rodada. Talvez se a CBF entrasse com o pedido, acho que teria uma boa chance de ser aceito. Digo porque seria uma boa preparação, já que iriam pegar times querendo alguma coisa.
Acho que você concorda que seria uma preparação muito melhor do que pegar amistosos ao leo. Times como Gabão, Egito, China, Iraque, Romênia, Zâmbia e Panamá, com todo o respeito que esses times merecem, mas não dá para pegar diretrizes para uma Copa do Mundo com jogos como esses.
Você pode me perguntar: " E a Copa América e a Copa das Confederações? Não valem?" Vendo bem, não. Os times mudaram até a Copa do Mundo. Sobre os times que o Brasil enfrentou nesses campeonatos, a Argentina mudou, o México mudou, o Uruguai mudou. Até a Austrália, que o Brasil pegou num desses amistosos, mudou. Deu mais trabalho pra Holanda do que o Brasil. O humorista Daniel Furlan, do canal do YouTube "TV Quase", fez uma piada que resume o que eu quero dizer: "A Copa das Confederações é a Taça Guanabara do mundo."



Outra coisa que eu achei errada foi a substituição repentina do Mano Menezes pelo Felipão. Foi fruto de uma intromissão da mídia. José Trajano, comentarista da ESPN, reclamou no programa Bate-Bola, dia 12/07, que reclamam da mídia mas não dão "nome aos bois", não dizem quem são os responsáveis. Pois se o sr. Trajano ler isso alguma vez, eu respondo, não são alguns bois que fazem isso, é o gado inteiro. Todos, sem exceção, pediram a saída do Mano para a entrada do Felipão, a Globo e seu cachorrinho (SporTV), a ESPN, a Band etc, logo que viram uma melhora do Felipão no Palmeiras. E fizeram isso justo quando o Mano estava achando o time.



Essa substituição repentina também se deve à uma cultura dos torcedores brasileiros de querer resultados imediatos. Voltando à mídia, todo mundo fala que isso deve acabar, citam a tal "continuidade", mas, quando a seleção começa a perder, o discurso muda. Você também, Trajano.
Indo pra filosofia, meu irmão fez uma pergunta interessante: "O brasileiro gosta de esporte?" Quando o Senna detonava nas pistas, todo mundo assistia Formula 1. Quando o Guga detonava nas quadras, todo mundo assistia tênis. Quando a Daiane dos Santos detonava no solo, todo mundo assistia ginástica olímpica. Depois que isso parou, todo mundo parou de assistir.
E a cartolagem? Do mesmo jeito que existem jabás para tocarem as músicas nas rádios (a gravadora paga para a rádio tocar determinado artista ou música por um determinado período), eu não tenho nenhuma dúvida que existe coisa parecida no futebol, ainda mais com essas pessoas no comando da CBF. Eu duvido que o Felipão, se tivesse total liberdade, levaria jogadores como Daniel Alves, Marcelo e Fred. Não acho que eles são jogadores do tipo que o Felipão gosta. É só comparar a seleção que o próprio Felipão dirigiu em 2002 e a de agora, lá ele tinha Cafú, Roberto Carlos e Rivaldo nas respectivas posições. É muito suspeitável uma troca de filosofia na escalação de uma copa à outra. Sem falar que foram escalados jogadores que faziam temporadas regulares ou ruins em seus times. Oscar, Dante, Marcelo, Paulinho, Júlio Cesar, Hulk entre outros. Não é só teimosia ou burrice, tem algo mais.

Dessa lista, eu aposto que ele não convocaria o Daniel Alves, o Marcelo e o Fred. E você?


Já chegando na Copa, a falta de treinamentos e a falta de atualização da comissão técnica também foram responsáveis por isso. Desde quando o Corinthians ganhou o Campeonato Brasileiro em 2011 com o técnico Tite, a escola gaúcha de treinadores ganhou o Brasil. Nos primeiros 15 minutos, corre desesperadamente pra fazer um gol. Fez um gol? Volta todo mundo pra defesa! Não fez? Fica só tocando a bola no meio campo até aparecer uma brecha. Essa rendição à escola gaúcha fez com que os técnicos brasileiros ficassem com apenas essa filosofia de jogo. E isso se refletiu na seleção. Falta de variações táticas, falta de jogadas ensaiadas, falta daquela carta na manga que treinadores devem ter para mudar um jogo, Sem falar de colocar jogadores em funções que eles não são acostumados.

A falta de treinos se deve a uma falha da comissão técnica e a uma chatice dela, a mídia. Todos os treinos da seleção eram praticamente obrigados a ser abertos. A Granja Comary é rodeada de vários condomínios onde pessoas podem ver tudo o que se passa no treino no conforto de suas casas. Sem falar de artistas e apresentadores querendo audiência. Quem não se lembra do dia que o Luciano Huck invadiu o campo de treino pra gravação do programa? Sacanagem, né?

Luciano Huck, papagaio de pirata e apresentador nas horas vagas.


Muito se falou nessa copa que a seleção tinha um desequilíbrio emocional, principalmente no jogo contra o Chile, onde jogadores como o Thiago Silva e o Júlio Cesar choraram quando a disputa foi para os pênaltis. Até chamaram uma psicóloga. Também se deve à falta de preparação, pegaram jogadores sem experiência em copas, deram alguns jogos amistosos pra eles e, vai lá! Tragam o hexa! O pessoal tá reclamando da choradeira, mas não perceberam a afobação de alguns jogadores durante os jogos. Parecia que a bola queimava em seus pés.

Regina Brandão, a psicóloga da seleção que tentou remediar
o que não foi prevenido.


No jogo contra a Alemanha foi um misturado de tudo o que foi dito acima fazendo efeito.

O que deve ser feito para ganhar o hexa? O que tentaram com o Mano Menezes, um projeto. Mas, parece que não vai, pois no dia seguinte à derrota contra a Holanda, durante a entrevista coletiva do Felipão e do Thiago Silva, um jornalista (cuja voz parecia a do Mauro Naves) fez a seguinte pergunta para ambos: "Vocês acham que deve ser usada a seleção olímpica nessa Copa América visando as Olimpíadas?"
Nem se sabia ainda o futuro do Felipão na seleção e já fizeram uma pergunta dessas? Querem ganhar a copa? Que tal um planejamento? Uma "continuidade"?
Vocês falam em colocar técnico estrangeiro (Guardiola, diretamente falando), mas, se tudo que foi dito acima for repetido, escrevam, vocês vão pedir a cabeça dele em 2017.

E aí, Guardiola, topa dirigir a seleção?
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