dezembro 2013

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

I forgot my phone




Andei vendo na Internet que o povo está de saco cheio do Facebook. O formato cansou, as curtidas perderam importância, mais e mais pessoas estão se ausentando da rede social. O Facebook se tornou o novo Orkut: abandonado, está para ser substituído por "algo melhor".

E que "algo melhor" seria esse? De relance imaginei que fosse o Twitter, rede social em que passo a maior parte do tempo, representando @becoolmagazine. Foi como uma esperança repentina de que estivesse nas redes sociais certas. Mas a especialista Ana Brambilla se incumbiu de dizer o que de fato está acontecendo: "adoção de ferramentas mais específicas (com um só foco de interesse ou funcionalidade) e direcionamento para mobile". Ou seja, o WhatsApp vai tomar o lugar do Facebook. E eu... não tenho smartphone.

Traduzindo: daqui a algum tempo eu não vou mais fazer parte das redes sociais, não vou mais ter contato virtual com amigos, não vou mais ser lido no que postar em qualquer lugar porque não tenho dinheiro pra comprar um dispositivo 3G Android.

A coisa piora quando me sento ao lado de amigos, todos munidos de algum tipo de smartphone compartilhando coisas que meu velho celular não suporta, passando tempo o suficiente se adicionando uns aos outros em aplicativos que eu não posso usar. Parece até que não faço parte do mundo real, que estou em uma era jurássica em que ainda se usa um pré-histórico PC com um pre-histórico Windows. Sou como um homem das cavernas transportado para um mundo que desconheço e que me excluirá do contato virtual com qualquer pessoa.

Tudo porque eu não contribuí recentemente com a seta no que diz respeito a celulares (recomendo o documentário A História Das Coisas para entender como contribuir para a seta reafirma o status de uma pessoa).

E aí eu lembrei do vídeo I Forgot My Phone, que é esse que está aí em cima. Trata de forma bem humorada de como as pessoas estão se enfiando cada vez mais em um mundo digital do qual não farei mais parte. Não se conversa mais como antigamente, passa-se mais tempo no smartphone (com Android, óbvio) mesmo quando se está na praia ou em uma festa de aniversário. Esquecer o celular é ser... excluído. Como eu serei em breve.

Só quem ganha com isso são algumas corporações que tentam nos convencer diariamente que precisamos das bugigangas que elas inventam, através de obsolescência programada e perceptiva. Fui vítima das duas: meu celular se tornou obsoleto porque não baixa o WhatsApp e o Instagram. E, de quebra, eu me tornei obsoleto por não ter WhatsApp e Instagram. Na Internet, eu só posso ser encontrado no ultrapassado Facebook. Estou velho.


O mundo digital cabe na palma da mão e chega via 3G. E eu não estarei mais nele quando minha banda larga a cabo e meu celular com TV estiverem ultrapassados demais para eu pertencer a esse mundo novo. Pra quem fica eu deixo meu abraço. A gente se vê por aí,.. no mundo real.